Fixação e regressão como fundamentos da patologia

Olá, sou João Barros, psicanalista, e estou aqui para falar sobre dois conceitos fundamentais na psicologia: fixação e regressão. Esses termos podem parecer complicados, mas não se preocupe, vamos explorá-los de forma clara e acessível. A fixação e a regressão são mecanismos que desempenham um papel importante no desenvolvimento da personalidade e na formação de patologias.

O que é fixação?

A fixação refere-se ao processo pelo qual uma pessoa se agarra a um estágio ou fase do desenvolvimento psicossexual, não conseguindo avançar para o próximo. Isso pode ocorrer devido a experiências traumáticas, frustrações ou satisfações excessivas em uma determinada etapa. Por exemplo, alguém que teve uma infância muito feliz e segura pode se fixar nessa fase e ter dificuldade em lidar com as responsabilidades da idade adulta.

Imagine um amigo que nunca quer crescer e continuar sendo tratado como criança. Ele pode se recusar a assumir responsabilidades, como pagar contas ou trabalhar, porque isso o faz se sentir confortável e seguro. Essa é uma forma de fixação, onde a pessoa não consegue avançar para o próximo estágio do desenvolvimento.

O que é regressão?

A regressão, por outro lado, é o processo pelo qual uma pessoa volta a um estágio anterior do desenvolvimento psicossexual, geralmente como uma forma de lidar com o estresse ou a ansiedade. Isso pode ser visto em comportamentos infantis, como chorar, fazer birras ou se recusar a cooperar. A regressão é uma forma de defesa, onde a pessoa tenta escapar das responsabilidades e pressões da vida adulta.

Um exemplo comum de regressão é quando alguém está enfrentando um problema difícil no trabalho e começa a se comportar de forma infantil, como fazer birras ou se recusar a cooperar. Isso é uma forma de escapar da responsabilidade e do estresse, mas não resolve o problema em si.

Conexões com a vida cotidiana

A fixação e a regressão não são apenas conceitos teóricos, mas também têm implicações práticas na nossa vida diária. Por exemplo, alguém que se fixou em uma fase do desenvolvimento pode ter dificuldade em manter relacionamentos saudáveis, pois pode ser muito dependente ou possessivo. Já a regressão pode levar a problemas no trabalho ou em outras áreas da vida, pois a pessoa não está disposta a assumir responsabilidades ou lidar com desafios.

Imagine um colega de trabalho que sempre se recusa a aceitar críticas ou feedbacks. Ele pode se tornar defensivo e agressivo, o que é uma forma de regressão. Isso não ajuda a resolver o problema, mas sim a perpetuar o comportamento negativo.

Tratamento e prevenção

O tratamento da fixação e da regressão geralmente envolve terapia psicanalítica ou outras formas de terapia. O objetivo é ajudar a pessoa a entender as razões por trás do seu comportamento e a desenvolver estratégias para lidar com o estresse e a ansiedade de forma mais saudável.

Além disso, a prevenção também é importante. Isso pode incluir práticas como a meditação, o exercício físico ou a terapia cognitivo-comportamental. Essas práticas podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, tornando menos provável que a pessoa regresse a um estágio anterior do desenvolvimento.

Em resumo, a fixação e a regressão são conceitos importantes na psicologia que podem ter implicações significativas na nossa vida diária. Ao entender melhor esses conceitos, podemos desenvolver estratégias para lidar com o estresse e a ansiedade de forma mais saudável e prevenir problemas mais graves no futuro.

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